sábado, 30 de maio de 2009

Meu pai, meu herói

Hoje eu fiquei maior brava.Semana passada eu fui consertar um par de sapato meu que é meu xodó, aliás levar lá para ele arrumar uma cagada que ele mesmo tinha feito.
Não sei se todo mundo entende, mas eu levei para trocar o saltinho e, o cara me convenceu que precisava trocar o solado, enfim, como é o trabalho dele, imaginava eu que ele entendesse mais do que eu. Em menos de um mês o sapato ficou pior do que estava antes, sendo que só o uso às vezes. Resolvi então, levar lá para ele arrumar, já que ele já tinha feito outros calçados e ficaram super bons.Eu acredito sempre que é melhor usar os serviços do bairro, não tem necessidade de levar nessas grandes redes, afinal o sapateiro do bairro é mais pessoal, o negócio é dele, eu esperava que ele quisesse atender bem melhor os seus clientes do que esses fast-services de shoppings e super mercados.
Cheguei lá, falei com a atendente que é a dona, expliquei a situação e, ela surpreendentemente fala que não se recordava de mim, bom até ai o menor problema, mas fiquei puta quando ela disse que tinha dispensado o outro sapateiro porque ele nãoatendia direito e, que iria me cobrar baratinho já que eu tinha feito anteriormente lá.
Eu respirei fundo, deixei o sapato lá e sai pensando só, que era melhor não discutir antes do serviço pronto, quando eu fosse retirar a gente conversaria melhor. Passou a semana e eu fui lá, já com os sentimentos bons de sábado de manhã ensolarado.O infeliz do sapateiro super irônico novamente, começa com os comentários imbecis e a demorar no atendimento.No fim, depois de ele quase não achar meu sapato, ele fala que o meu sapato não tava pronto e que tava super ruim de arrumar blábláblá.
Bom nessa hora quando eu olhei meu sapato todo sujo, já me deu um aperto no coração, perguntei quanto ficaria pronto e, claro, pela cirscunstância iria ficar um pouco além do valor estipulado.
Os meus pontos são: primeiro, eu tô dentro do meu direito, pelo tempo que foi feito o serviço. Segundo, foda-se se ela trocou de funcionário a responsabilidade continua sendo da sapataria e, por último, como é que ela mesmo fala mal do funcionário anterior, como eu vou confiar que agora ela está certa que fez uma boa escolha. Eu tinha deixado com o sapateiro anterior DO-ZE pares para consertar!!!
Grrr, muito brava!!! Peguei minha vontade de esganá-lo e sai. Chegando aqui pertinho de casa vejo meu pai conversando com os vizinhos na praça, obviamente eu já tava com uma cara de choro.
- Pai, vamos comigo lá na sapataria resolver o problema com o sapateiro!
Meu pai estranhou muito, porque geralmente eu resolvo tudo sozinha e a outra, é que meu pai é a pessoa mais calma desse mundo, pacífica e que quanto menos problemas ME-LHOR.
- Mas o que eu vou fazer lá?- Você não precisa fazer nada, só ouvir a explicação do sapateiro.
O detalhe que meu pai é japa, que ia adiantar um japinha lá falar com o sapateiro? Ai é o caso, eu odeio isso de quer que usar esse tipo de argumento, mas meu pai é um japa, tipo com 95kg e quase 1,80 de altura.
Chegando lá, eu puta da vida e já chorando, o sapateiro me vê e fica branco, obviamente já que eu tava com o meu papai. Começo a falar um pouco exaltada: vai agora explica a situação do meu sapato para o meu pai, que VOCÊS CAGARAM COM ELE, QUE VOCÊS QUEREM COBRAR POR UM TRABALHO MAL FEITO POR VOCÊEEES MESMO E QUE EU VIM BUSCAR E VOCÊ ACHA QUE TALVEZ ESTEJA PRONTO NA QUARTA-FEIRA! VAIIII...
O bicho começou a gaquejar e com o jargão dos malandros de 'veja bem', não havia a menor necessidade de o meu pai ter ido lá, que ele não ia cobrar nada, que o serviço dava para fazer até segunda-feira e meu sapato ia ficar muito bom!
Impressionante, não?Meu pai, meu herói!!!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Catavento

Hoje eu resolvi fazer meu catavento.

Tava num barzinho agora pouco pensando na vida e claro, observando as pessoas.
A cantora era simplesmente encantadora, uma simpatia em pessoa e tinha uma voz que realmente nos inundava de prazer em ouvi-la.
Eu na verdade, tive um dia punk desses que se fica dopado até, mas até esqueci e só sorria...
Cantarolando 'De samba pra gente sambar'... Que me lembra coisas muito booooas! ai ai - suspiros. :)

E ai cheguei em casa morrendo de vontade de fazer meu catavento.
Sabe que o catavento também, como o baralho, é um encantamento de invenção que não se sabe ao certo quando foi criado.


A inspiração é dos moinhos de vento, que servem para gerar energia, moer grãos... Mas em forma de brinquedo diz-se que é dos orientais. Eu bem imaginava por sua minúncia, como os origamis (que também adoro - outra tatuagem).

Ai, como a inspiração de hoje é de satisfação, eu fiquei imaginando como um monte de pazinhas que cavam o ar e ficam ali naquele movimentoooo cíclico e tão hipnotisante podem nos divertir tanto.

Eu fico ali observando como pode ser tão divertido e o soprando tentando imitar o vento - claro, que o fôlego mal cuidado não consegue a tal proeza. O que conclui foi que o meu catavento também gera energia, gera só a empolgação do meu bom dia. E estar satisfeita em pelo menos ter falado: te gosto!

Um catavento que cataliza bons sentimentos, claro que descobertos um pouco tarde (TAL-VEZ), mas que ainda me rende a tão boa vontade de querer ficar melhor só por ser melhor.

Uma ótima Frei TAG! Elas sempre nos condenam a sorrisos saltitantes, que nos pegam só naquele pensamento à toa.


Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor

Eu sinto muita saudade, você é contemporânea
Eu penso em tudo quanto faço, você é tão espontânea


Composição: Guinga - Aldir Blanc

Eu também quero levar meu catavento lááá em Arpoador! :)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Blefe - Parte II

O que a gente aprende é nosso e só nosso.
A gente aprende que quem realmente vai embora, só se vai, sem avisar...
Que tudo que é feito num susto, realmente nos toca mais, nos pára, nos consome.

Tudo que a gente quer às vezes não pode ser mantido, pois nem sempre o que é melhor para gente e, é para o outro.

Quem joga, não tem direito.
A vida seria bem mais fácil se todos fossem claros, que por mais que ajamos dessa forma, a culpa nem sempre é toda nossa.
Por que o que a gente aprende também faz a gente ficar mais astuto, mais calejado, menos divertido, mais carrancudo. E claro, a julgar precipitadamente.

E aonde eu vou com toda essa carga? A lugar algum, só procuro o que eu acho que é melhor, de um jeito desastroso.
E se eu fosse realmente embora, diga-me só para onde eu iria?
Ali mesmo donde eu nunca sai: do trabalho exacerbadamente trabalhado, dos livros exageradamente devorados e, claro, do andar por ai, tentado ser exatamente esse repente, esse susto, essa má impressão, que sempre me vestiu muito bem!

Incrilvemente ai ainda estou aqui e, não saio tão cedo!
Finjo-me muito bem.





quarta-feira, 20 de maio de 2009

O blefe

Bom, hoje eu acordei com aquela vontade dananda de escrever.

Ne verdade, desabafar. Realmente eu nunca vou mudar, vou ser sempre essa pessoa sofrendo por alguma coisa e fingindo ser essa máxima em felicidade e perfeccionismo, entre trabalho e uma vida social bem ativa.

Eu lembrei hoje de um livro que eu li em 1998, sabe qual a idade que eu tinha então? (Precisei usar a calculadora) Eu tinha 14 anos. O Dia do Coringa era o livro. Muito bom, pelo menos, eu gostei.

Nele fala sobre o baraho, como é fascinante. Sabem que o baralho tem exatamente a mesma quantidade de cartas de semanas que tem num ano? Falam que o Rei representa o Diabo, Rainha, Maria e o Valete, Jesus. Enfim fora essas, os naípes, dois vermelhos, que representam as estações quentes do ano e, os escuros, as estações frias: Outono e Inverno. 13 cartas para 13 ciclos lunares. E o coringa? Bom, e o ano bissexto? É isso mais ou menos... Bom, minha fascinação pelo baralho, esse tal instrumento de jogos de 'azar', é tanta que tatuei em minha pele os naípes.

Na verdade também, porque sempre encarei a vida como um jogo... E mais ainda, acho que a beleza de jogar está na sagacidade de ganhar, como já citei antes em outro texto, nem sempre ter as melhores cartas fazem você ganhar o jogo, precisa certo manejo, certo envolvimento, até manipulação...

Eu tinha ouro

Eu de repente me vi ali, pasmada, sendo roubada da realidade, pensando em alguém à toa, o tempo todo. Eu estou absolutamente encantada, perdi o tino para o jogo, fiquei insegura e, para alguém que leva a vida tão estrategicamente planejada, algo que desautomatiza isso tudo, só retoma ao ego e a claro, fazer algo totalmente sem pensar: Truco.

Ele é realmente uma incógnita a minha percepção e interpretação e agiu com tanta placidez que ainda me soou muito rude. Pedi 9.

E num zás com só o jeito dele de dizer tudo em entrelinhas, eu saquei que tinha perdido o jogo, ele era o Zap. Simplesmente esmagou meu Copas, sem dó. Daquele jeito de final de jogo... Fiquei estatelada. Eu não precisava ter posto tudo a perder, porque ainda era o começo de um 'jogo', mas eu sempre atropelando tudo, poderia ter analisado mais cartas, poderia ter ainda deixado ele começar ganhando, mas prefiro tudo rápido, em um estalo.

Ai vi que nem tudo é jogo. Que nem tudo é do jeito que a gente quer. Eu aprendi cedo que toda ação retoma-me em reação. Tudo tem um preço.

Na verdade eu mesma fiz minha cilada, criei algo que não saberia lidar...
Ele não poderia ter sido mais sensato. Menos gente grande. Tão limpo.
E é por isso que assim se está, realmente foi um grande erro.

domingo, 17 de maio de 2009

o maço de Galaxy e o dente do Siso

Ontem foi um dia daqueles de ir ao cinema sozinha, de andar por ai sozinha e pensar na vida, sozinha.

Tomei um porre sozinha, desses de ter ressaca e ficar filosofando sobre a vida.

Fui a livraria antes de ir ao cinema, aliás, passei na porta do cinema e vi o horário do filme que eu iria ver num sábado, dia de casais ir ao cinema e, eu sozinha. Não me incomoda muito, incomoda mais o dente do Siso nascendo, acho que finalmente tomarei juízo, né?

O filme? Serve qualquer um, afinal depoisnão ia ter que comentar com ninguém, só decidi que não seria nenhum daqueles que a minha crítica ácida julga como ruim.

Beleza. Lá fui eu a livraria, lançamento de um desses joguinhos de nerd. Nerd não feito eu, nerd de outro jeito, argh! Tomei meu café, um americano, que é mais fraco ainda que o carioca, afinal de acidez já bastava a minha crítica.

Um livro bom, eu gostei: Coimbra escreveu Mulheres. Li ele tomando uma cerveja no bar. Identifiquei-me muito com Janete, a personagem do primeiro capítulo e muito, com o segundo capítulo 'como ir sozinho ao cinema', ah, o terceiro também, com o namorado que sempre seguia aquele mesmo roteirinho com o sexo. Diverti-me muito com esse tal Coimbra.

Comprei uma revista também: Super Interessante em algumas idéias que podem ser que se transforme em reais daqui um tempo. Uma delas, acho que o teletransporte, depois de uma cerveja, pegar metrô foi o suficiente para eu vomitar até meu baço! Maior vexame, mas é a vida.

O detalhe é que conheci um casal gay que é maior gente boa, demos ótimas risadas.

E a moral, que eu descobri que minhas expectativas realmente avançaram além da conta em um certo ponto da vida, que depende também das expectativas de outro, resumindo: tudo que é vivo morre!

Exceto as bactérias e águas vivas. Não como o amor, o tesão! E pessoas...

Enfim, o Galaxy do título é por causa do maço que fui comprar do meu e não tinha, ai comprei um Galaxy, desses cigarros que era a pompa há um tempo atrás. E hoje? Uma ressaca moral brava e o dente do Siso que não pára de me incomodar.

Café, café, café!