sábado, 13 de setembro de 2008

Loucura cotidiana

Eu corro às vezes. Geralmente quando eu preciso pensar, eu corro.
Pensar, eu digo assim, na vida! Tenho boas idéias correndo.
Hoje fui correr, fiquei ensopada da chuva e, a corrida só me trouxe uma boa idéia: tomar um banho quente.
Semana passada, também fui correr, não me lembro sobre o que eu teria que ter uma boa idéia.
O dia tava lindo, ensolarado, cheio de gente nas ruas. O céu? Tava simplesmente perfeito, azul, sem nuvens. Eu ouvindo talvez algo como Cardigans. De repente uma sombra no chão, é! Gigante, não ouvi muito o barulho, pois o tocador de música estava alto mesmo. Olhei para o céu, um helicóptero do exército, tirei um dos fones, tava rasgando o céu. Ele simplesmente estragou a cena, nada dele combinava com aquele domingo.
Velho, não era só ele, de repente, começou uns jatos, mais helicópteros. Mais para frente, o ar cheirava bosta de cavalo e tinha vários caminhões do exército cortando a avenida, uns tanques de guerra e uma ronda diferente, fardada de verde. Até ai estava tranqüila, ofegante só por causa da corrida.
Ai veio um maluquinho todo esportista correndo, mesmo objetivo que eu, acredito. Até que pára um carro do exército sai uns caras de dentro, fardados, jogam ele no chão e começam o revistar, outros dois com armas apontando para ele.
Velho, ai comecei a ficar preocupada! Tava já quase tendo uma ataque cardíaco. Que porra! Eu queria só correr e simplesmente São Paulo estava sendo invadida? Sei lá, achei que fosse o Bin Laden ou o Fernandinho Beira Mar, que tivesse resolvido visitar a minha cidadezinha tão bonitinha num domingo...
Ai já desesperada, sem mais pensamentos, resolvi voltar para casa.
Velho, encontrei uma amiga, falei para ela, bicho, aonde você vai com essas crianças? São Paulo está sendo invadida, olha quanta gente do exercito por ai...
Ela disse que era sete de setembro...
Entendi, velho. Fingi que não pirei.