domingo, 28 de setembro de 2008

Sobre mulheres e o bom sucedimento da vida.

Quando eu era garotinha, eu tinha um objetivo maior na vida. Achava que estudar, trabalhar, fazer várias línguas, ir ao teatro/cinema, tocar algum instrumento musical, conhecer várias culturas/países, ter amigos cults, saber realizar trabalhos domésticos e até se arriscar com algumas atividades alternativas (no mundo de hoje, sim) como saber bordar, costurar e fazer as próprias unhas, além claro, de ler jornais e livros, fazer alguma atividade física, beber bastante água e não ingerir nenhum alimento que poderia abalar o meu físico, seriam o suficiente para o bom sucedimento da vida! É, eu assim seria feliz.
Até eu tingir meus cabelos. Até eu tomar o primeiro gole de cerveja. E finalmente até encontrar o primeiro amor.
Sinceramente? Hoje, fudida da vida – dentro dos padrões acima descritos – sou uma pessoa que se pode dizer feliz.
Descobri aos poucos, que não adianta muito seu celular não parar de tocar, com várias propostas de festas, baladas e algum ‘social’ por ai, se quando você estiver a fim de conversar de verdade, nenhuma dessas pessoas que tanto faz questão de você, possa ouvir o que você tem para falar.
Descobri também que nem sempre a gente precisa fazer tudo que as pessoas querem se você não quiser, pois você pode ter suas vontades e gostos, por tê-las, porque no final mesmo, quem gosta de ti, por mais cagadas que você faça, continuam ao seu lado, mesmo que seja simbolicamente, sei lá, por um alô! Às vezes, de vez em quando, aquela vez espontânea, sem ser cobrados disso manja? Aquelas pessoas sempre vão estar lá.
Se eu tiver uns quilinhos a mais, mas tiver um bom humor, basta – pelo menos àqueles que me amam de verdade... Que eu posso ver novela, ler revista feminina, posso até ouvir um funkizinho às vezes, só para me divertir e rir da ‘criatividade’ que faz o gosto de tantos e, nem por isso, eu fico menos interessante.
Posso às vezes, ser egoísta. É humano. Posso gostar de mim, achar que sou a mulher mais linda e inteligente, posso. Isso só para mostrar que a minha estima está aqui, firme e forte. Isso eu também descobri, que não posso gostar de alguém, sem antes gostar de mim mesma. Aliás, e que, da mesma forma, não posso obrigar ninguém a me amar, por mais que isso possa não ser recíproco, muitas vezes.
Que eu posso ter manias. Eu as tenho, muitas, aliás. Feias também. Eu faço caretas, grito, sento sem saber ser uma mocinha...
E que por mais que eu ame alguém e achar que eu sei o melhor para ela, eu não posso intervir contra a vontade de ninguém, cada um precisa viveras suas próprias experiências, que eu posso até dar conselhos, mas mesmo que não ouvidos, melhor não julgar, porque magoar alguém que a gente ama, dói e, o trabalho em ajudá-la a se levantar, também pode ser um aprendizado para você mesmo.
Homens e mulheres são iguais. A gente (mulheres) luta para que seja assim, mas eu aprendi que tanto feminismo não serve tanto, que pode ser bem gostoso quando podemos nós ser as frágeis, poder ser um pouco cuidadas e protegidas. Poder ser um pouco mulher.
Que fragilidade e graciosidade podem existir na gente, pena mesmo, que eu nunca aprendi a ser...
Ah, mas no final de tudo, eu só tenho certeza de uma coisa, que o bom sucedimento da minha vida, só se dá pelos meus padrões, não necessariamente eu preciso fazer uma pós, preciso ganhar R$ 20.000,00 de salário por mês, não preciso ter um marido que tenha um Corolla do ano e todas essas coisas mais.
Eu preciso ser feliz, velho!
Sacou? Simples assim.